Contigo é sempre assim. Quando te vejo é sempre na situação mais inesperada que possa existir. Se te quisesse encontrar não valia a pena ir aos sítios por onde andas com os teus amigos ou eventuais namoradas. E quando em meses ou anos lá nos encontramos por obra do Destino só um de nós vê o outro, tal como aconteceu hoje. Quem diria que moramos tão perto um do outro. Das duas vezes que estivemos juntos, não havia fuga possível, consegui sentir o teu perfume e olhar directamente nos teus olhos. Matei as saudades do teu olhar, do teu sorriso e do quanto me fazias sorrir, das palavras cheias de confiança (continuas um convencido), do quanto me fazias rir e sentir bem, matei saudades há muito guardadas desde a tarde em que acabamos. Mas nesses dois encontros a forma como começaram e acabaram não poderiam ter sido mais diferentes. Eu a ir ter contigo e a acabar a noite nos teus braços. Tu a ires atrás de mim e eu a virar-te as costas. E hoje enquanto ia a caminho de casa perdida nos meus pensamentos, vejo-te passar, irreconhecivel por causa do equipamento. Ganhei o hábito de verificar sempre a presença ou não da tatuagem na perna mas hoje nem foi preciso, eu sabia que eras tu. Mas mesmo assim olhei e lá estava parte do desenho.
Por te ter visto novamente a fazer "aquilo que melhor sabias" dei comigo no antes. Para mim existe um antes e um depois, quase como se a minha vida fosse dividida em duas partes que não se encaixam. E nesse segundo desejei estar contigo. Talvez esse segundo tenha durado alguns minutos até eu voltar à realidade e perceber que não era contigo que queria estar mas sim no antes (e acreditar que nada aconteceu).