Acabei de receber uma noticia que não estava nem um pouco à espera, aquelas situações que tomamos sempre como certas. Um familiar separou-se, agora perguntam vocês -qual é a novidade? - afinal de contas o divórcio é assunto comum nos dias que correrem.
Hoje tenho noção que a mãe desse familiar e o marido, tem a sua cota parte de culpa, no tempo em que os meus pais tiveram separados. É claro que não foram eles os responsáveis pela situação mas se não tivessem intrometido numa atitude de "nós é que sabemos, nós é que somos perfeitos" talvez o rumo tivesse sido outro. A minha avó notou a magreza e sorriso forçado da dita senhora mas só ouviu um "quando passamos pelas situações é que sabemos o que custam". Como eu a entendo cara amiga! Imagino que quando não é connosco sabe bem ter uma novidade para dizer a este ou aquele, telefonar para saber as últimas novidades. Mas quando o mal nos bate à porta o melhor é esconder (até) da família, não contar o motivo da separação quase definitiva do casal que ia passar férias à República Dominicana e afins como quem vai ao Algarve, "um dos melhores casamentos da família"! E podia continuar a enumerar as razões da minha surpresa quando soube da noticia...
Que as aparências enganam eu já sabia, o que não gosto são de pessoas cínicas que não são capazes de admitir as "vergonhas" familiares ou do quer que seja. Em Janeiro o marido da dita senhora ao saber que eu andava na faculdade perguntou-me se o meu curso era daqueles que garantiam trabalho nas caixas do supermercado. Eu fiquei calada, a pensar que ele era uma das muitas pessoas que pensava que não ia fazer nada da minha vida depois do que se passou (já o referi num post anterior). O meu pai logo se apressou a responder isto e aquilo, no entanto eu sabia que tratava-se de dor de cotovelo porque o filho não conseguiu concluir todos os cursos que ele tinha pago por isso limitei-me ao meu melhor sorriso amarelo...
O meu pai ensinou-me a não invejar a vida dos outros em todos os aspectos, e por mais que pareça não estou feliz pelo que aconteceu. Mas se um dia mais tarde voltar a ouvir outro comentário (não me parece que seja tão depressa) tenho a ligeira sensação que será difícil ficar calada.